Augusto Melo não tinha dimensão dos desdobramentos da auditoria, fez para mostrar que faria, não por convicção, mas para apresentar uma imagem de seriedade e transparência que a gestão anterior não tinha. Contudo, fato é que agora está sem saber o que fazer com as recomendações da Ernst & Young.

Falando especialmente das recomendações da abertura de Recuperação Judicial e contratação de um CEO, entendo que ele terá de dar uma resposta consistente para que sua gestão não caia em descrédito.

Em relação à Recuperação Judicial, penso que seja uma excelente opção, o principal problema do Corinthians são justamente as dívidas de curto prazo, que atrapalham o fluxo de caixa e investimentos esportivos, vejo que inclusive como uma oportunidade de renegociação de dívidas muito mal administradas, e até contraídas de forma criminosa pela gestão anterior.

Sobre ter um CEO, não consigo enxergar como uma opção ao Corinthians, simplesmente pelo fato de não se tratar de uma empresa, é unânime que todos gostariam de ver o time organizado e bem estruturado, gerando lucros, mas o lado torcedor em algum momento não entenderia com esse perfil administrativo, sem ganhar títulos, e cito exemplos para isso, time do Red Bull, acaba de entregar um CT maravilhoso, time tem uma gestão invejável, vive tendo lucros com vendas de jogadores, mas, não assusta ninguém esportivamente, Athletico Paranaense bateu recordes de arrecadação, tem estádio e estrutura invejáveis, mas ninguém coloca na prateleira de cima dos clubes brasileiros, e por aí vai... A verdade é que final do dia, todos querem títulos e vitórias, que se exploda como se chegou ao resultado.

Alguns podem argumentar que as SAFs tem melhorado os times, e concordo em partes, pois os dois grandes vencedores nacionais nos últimos anos, não são SAF, sem contar que tem SAFs vergonhosas, vide, Coritiba, Vasco, Cruzeiro. Então digo, não bem assim, dizer que o clube irá ser gerido como empresa, existe uma mudança absurda de cultura que tem que ser alterada, e olhando para o cenário da gestão e da Política do Corinthians, penso que seja quase impossível um CEO tocando o clube.