Mano Menezes foi um atraso. A esperança se renova com António Oliveira
Opinião de Rodrigo França
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O técnico António Oliveira tem mostrado cada dia mais que o Corinthians tem potencial para fazer muito mais do que fazia nas mãos de Mano Menezes. E aqui eu começo um texto autocrítico: defendi a permanência do ex-treinador gaúcho, mas eu estava errado. António nos traz esperança de dias melhores.
É verdade que Mano Menezes não tinha alguns dos reforços que António Oliveira tem utilizado, mas era mesmo necessário termos os melhores jogadores do Brasil para derrotarmos times como Ituano e São Bernardo?
Talvez seja arrogância da minha parte subestimar os times citados, mas o Ituano, por exemplo, foi rebaixado, na última posição, tendo uma única vitória no Paulistão: contra o Corinthians. Na sequência do ano, já eliminados no Estadual, enfrentamos o São Bernardo e tivemos consistência no jogo. Fizemos o necessário e classificamos com uma vitória tranquila por 2 a 0.
Não quero exalar prepotência contra os times acima, mas o Corinthians precisa se impor diante de qualquer adversário. Não pode temer os que estão acima, tampouco os que estão abaixo. E isso vinha acontecendo com frequência, não tínhamos confiança de vitória do Corinthians em nenhum jogo.
Eu defendi o Mano enquanto deu. Gosto de sentir nos treinadores do Corinthians o mínimo de identificação com as raízes do clube e sua torcida. Eu sentia isso no Mano, e talvez tenha me deixado levar por esse sentimento.
Eu confiava no ex-treinador do Timão, mas talvez tenha demorado para compreender que seu legado era muito complicado de ser revertido. Xingamentos desproporcionais aos atletas podem ter dificultado ainda mais o seu trabalho, mas não só isso. Ficamos presos ao passado, a alguém que em outros anos foi parte crucial para a renovação do maior clube deste país.
Mas agora vejo no António a alegria genuína em trabalhar no Corinthians. Ele tem entendido a mentalidade do corinthiano, e isso me cativa. Para além da bola rolando, ele está conquistando a confiança de um grupo que tinha a autoestima baixa, que parecia não ter mais sangue correndo nas veias. O novo professor fez praticamente uma transfusão de sangue. Voltaram a vibrar.
António Oliveira sente o jogo e muitas vezes passa do ponto - vide o excesso de cartões -, mas vibra em cada conquista de bola. Ele está no início do trabalho, mas vejo que pode fazer a maré mudar. Talvez não seja esse o ano dos títulos, eu nem cobro isso, mas o sentimento é de que vamos brigar com tudo e todos pelo nosso lugar no topo.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.