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Você sabe quantos jogadores do Corinthians já atuaram pela Seleção Brasileira?

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Rivellino é um dos jogadores que mais vezes defendeu a Seleção Brasileira

Rivellino é um dos jogadores que mais vezes defendeu a Seleção Brasileira

Imago by Getty Images

A Seleção Brasileira, comandada por Tite, faz os últimos preparativos para disputar a Copa do Mundo no Catar, no final do ano. Apesar de nas últimas convocações nenhuma nome do Corinthians ter marcado presença, o Timão é um dos clubes brasileiros mais ligados à equipe nacional, com membros relevantes em praticamente todos os títulos da equipe nacional desde a década de 1910 até os dias atuais. Mas você sabe quantos jogadores do Corinthians já defenderam a Seleção? O Meu Timão responde para você.

Em 107 anos de história do selecionado nacional, o clube do Parque São Jorge já teve 114 jogadores convocados pela Seleção, número que coloca os alvinegros como os segundos colocados nesse quesito, atrás apenas do Flamengo. Esse ranking leva em conta todos os jogos disputados pelo Brasil, não só os embates contra outras seleções nacionais.

Vale lembrar que, nas três primeiras décadas da equipe, os atletas chamados eram majoritariamente de equipes cariocas, o que torna ainda mais relevante o feito do Timão de aparecer como segundo colocado. O levantamento foi feito pelo site RSSSF, especializado na história do futebol.

Os primórdios

O primeiro corinthiano a representar o clube na Seleção foi Amílcar Barbuy, um dos ídolos da primeira metade do século no clube. Ele estreou no Campeonato Sul-Americano Extra de 1916, no empate por 1 a 1 com a Argentina, em Buenos Aires.

No ano seguinte, o atacante Neco, outro nome histórico do Corinthians, se juntou ao parceiro e iniciou uma bela trajetória pelo Brasil - foi ele o craque da campanha do título Sul-Americano de 1919, o primeiro do país.

Segundo relato dos jornais da época, o craque encantou tanto a imprensa carioca que passou a ser alvo de clubes da cidade, então capital do país, mas nunca quis deixar o Corinthians pelo amor que sentia pelo Timão. Ele driblou quatro adversários na jogada que terminou com o gol de Friedenreich, dando o título ao Brasil contra o Uruguai.

Brasil campeão sul-americano de 1919: Amílcar é o último em pé da esquerda para a direita; Neco é o segundo agachado da esquerda para a direita

Brasil no Sul-Americano 1919: Amílcar é o último em pé da esquerda para a direita; Neco é o segundo agachado da esquerda para a direita

Reprodução/Revista O Malho

Tatu, Rodrigues, Grané, Gambarotta, Rueda e De Maria foram os outros jogadores da década de 20 a atuarem pela Seleção Brasileira. O Timão, tricampeão paulista duas vezes naquela época, esteve presente em todas as taças levantadas pelo país naquele período.

A presença de alvinegros foi se mantendo estável pelos anos seguintes, mesmo com o clube passando a década de 40 inteira sem conseguir uma conquista. Em 1938, por exemplo, Brandão e Lopes integraram a Seleção na Copa do Mundo, com o primeiro sendo capitão. O protagonismo, porém, aumentou com o surgimento de uma geração de ouro da base e uma dupla infernal contratada.

Baltazar: novo protagonista

Com o Brasil sediando a Copa do Mundo de 1950, Baltazar despontou na preferência do técnico Flávio Costa pelo grande desempenho no título do Rio-São Paulo de 1950, pelo Corinthians. O Cabecinha de Ouro foi chamado como o camisa 9 do Brasil para o Mundial e escreveu uma nova página entre os corinthianos na Seleção.

Foi dele o terceiro gol do país na goleada por 4 a 0 sobre o México, no Maracanã, na estreia do torneio. Esse é o primeiro tento de um atleta alvinegro pela Seleção registrado em vídeo e pode ser visto abaixo - a cabeçada de Baltazar sai aos 0:49.

O Cabecinha de Ouro permaneceria como referência do selecionado nacional nos anos seguintes, marcando os seis primeiros gols do Brasil nas Eliminatórias para a Copa de 1954. Outros integrantes daquele time histórico do Corinthians também marcaram presença, com os goleiros Gylmar e Cabeção - os dois estrearam quase ao mesmo tempo pela Seleção.

Claudio Christovam de Pinho, outra realidade nacional, chegou a ser capitão do Brasil durante o Campeonato Sul-Americano no Peru, em 1953, mas acabou ficando fora da lista para o Mundial da Suíça, em 1954. Baltazar, por sua vez, esteve outra vez no grupo e novamente foi o camisa 9, guardando o seu em uma goleada por 5 a 0 sobre o México, também registrada em vídeo (aos 0:43).

Uma pena para o artilheiro alvinegro que as duas campanhas não resultaram em títulos, mas o Timão não ficaria fora da primeira taça mundial do Brasil. Em 1958, Gylmar dos Santos Neves foi o goleiro da conquista na Suécia, marcando para sempre seu nome na história da Seleção.

Corinthians representa o Brasil

O Corinthians tem o privilégio de ser um dos poucos times do país a representar a Seleção Brasileira numa partida. Foi no dia 16 de novembro de 1965, quando a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) definiu que o Timão representaria o país em um compromisso com o Arsenal, em Londres - o Brasil tinha dois compromissos em território nacional naquela mesma semana e não conseguiria fazer os deslocamento.

Apenas dois dias depois de enfrentar o Santos em uma partida do Campeonato Paulista, o Corinthians pegou o avião para Londres e encarou uma maratona para chegar ao estádio de Highbury, com direito a treinamento nas ruas de Londres já praticamente tomadas pelo inverno que se avizinhava.

Rivellino, Galhardo e Jair Marinho, com o agasalho da Seleção, fazem treinamento improvisado nas ruas de Londres, na véspera da partida

Rivellino, Galhardo e Jair Marinho, com o agasalho da Seleção, fazem treinamento improvisado nas ruas de Londres, na véspera da partida

Reprodução/O Globo

Ainda que tenha sido muito prestativo e bastante elogiado pelos jornais brasileiros, inclusive o Globo, diário carioca que normalmente não teria tanta boa vontade com equipes paulistas, o Timão acabou sucumbindo e foi derrotado por 2 a 0 na casa do adversário.

"Não estivesse o clima na casa dos três graus negativos e o gramado em estado lamentável, o Corinthians certamente poderia ter sido mais bem sucedido", disse matéria do enviado Joaquim Ferreira no Globo. A história, porém, estava feita: o Timão é um dos quatro clubes brasileiros a representar o Brasil na história.

Rivellino e Sócrates - 20 anos de Brasil

Após um período de baixa, o Corinthians viu surgir Rivellino nas suas categorias de base e, em 1965, iniciou uma era de dois protagonistas do futebol brasileiro que durou duas décadas. A primeira, é claro, com o Reizinho do Parque, que inaugurou sua presença na Seleção justamente contra o Arsenal.

Chamado pelos próprios méritos a partir de 1968, quando já havia batido na trave de um título nacional com o Corinthians, Riva virou referência na Seleção e se encaixou perfeitamente na inusitada posição de ponta-esquerda, na Copa de 1970, sendo a peça corinthiana do melhor time da história das Copas - e talvez de todo o futebol.

Rivellino, o penúltimo agachado da esquerda para a direita, ao lado de Pelé

Rivellino, o penúltimo agachado da esquerda para a direita, ao lado de Pelé

Imago by Getty Images

O craque alvinegro se manteve como referência nos anos seguintes, sendo considerado o sucessor de Pelé nesse sentido e liderando o país até a semifinal da Copa do Mundo de 1974. Foi aquela a última participação dele como corinthiano na equipe, mas sua história pela Seleção seguiu.

No Fluminense, Rivellino representou o Brasil na Copa de 1978, aposentando-se do time após o terceiro lugar naquele Mundial. Parecia o fim da maior figura corinthiana na Seleção, mas um jovem de Ribeirão Preto daria seguimento a esse processo.

Sócrates foi chamado para ser o camisa 9 do Brasil em uma série de amistosos, em 1979, enfim estreando pela equipe. Trazido pelo Corinthians, o gênio deu amostras da sua capacidade ao conceder duas assistências na goleada por 6 a 0 contra o Paraguai, no Maracanã, animando um país à espera da volta do futebol-arte.

Ao lado de Falcão, Zico e Éder, Sócrates não foi só uma peça importante do Brasil naquele período: líder também fora de campo, assumiu a faixa de capitão na Copa do Mundo de 1982, comandando aquela equipe vista até hoje como uma das mais encantadoras da história do esporte.

Apesar do esforço de Sócrates, que marcou um dos gols brasileiros, o Brasil acabou caindo diante da Itália e não conseguiu consagrar o grande futebol com a taça. Enquanto foi jogador do Corinthians, até 1984, ele sempre esteve como capitão da Seleção, marcando uma época de referências alvinegras.

Corinthians no tetra e no penta

Depois do encanto sem resultado, o Brasil conseguiu retomar o caminho das vitórias nos anos 90, também com presença relevante de corinthianos. Em 1991, aliás, o meia Neto usou também a braçadeira de capitão do clube na disputa da Copa América, rememorando o sucesso de Sócrates na função.

No tetracampeonato mundial, em 1994, o representante corinthiano foi Viola. O centroavante atuou em uma partida, justamente a final, contra a Itália, entrando para tentar dar um fôlego maior ao time de Parreira em meio ao calor do Rose Bowl, nos Estados Unidos.

Foi dele, aliás, o grande lance daquele tempo-extra, quando entrou driblando a defesa italiana, deixou seis adversários para trás, mas, em vez de chutar para o gol, preferiu o passe para Romário, travado na hora da finalização - veja a partir dos 12:18 do vídeo acima.

"Aquele menino nos deu muito trabalho", relembrou Baresi em entrevista à ESPN, anos depois, citando a entrada de Viola na partida. Outro nome que fizera história no Timão e estava no elenco era o atacante Paulo Sérgio, revelado na mesma leva de Viola e já negociado com o futebol alemão naquela época.

Romário comemora um dos seus gols na Copa com Viola, Ronaldo e Paulo Sérgio

Romário comemora um dos seus gols na Copa com Viola, Ronaldo e Paulo Sérgio

Imago by Getty Images

Na Copa seguinte, em 1998, o técnico Zagallo preferiu não levar o craque Marcelinho Carioca, mesmo com os pedidos de Zico, coordenador técnico da equipe. "Você estava arrebentando no futebol brasileiro e era o nome perfeito por aquele lado direito. Mas, não sei por que, o Zagallo preferiu não levá-lo", disse o Galinho para Marcelinho, em entrevista no seu canal de YouTube.

Sem representantes no vice daquele ano, o Timão teve presença massiva no elenco pentacampeão, em 2002. O goleiro Dida, o volante Vampeta e o meia Ricardinho foram chamados para o torneio, com os dois últimos entrando em campo durante a campanha na Coreia do Sul e no Japão.

Brasil campeão do Mundo em 2002; Dida, Vampeta e Ricardinho eram jogadores do Corinthians

Brasil campeão do Mundo em 2002; EM PÉ: Dida (terceiro da dir. para esq.), Vampeta (quinto da dir. para esq.) AGACHADO: Ricardinho (quinto da dir. para esq.) eram jogadores do Corinthians no momento do torneio

Imago by Getty Images

Além deles, Edilson e Luizão, que formaram dupla de ataque histórica pelo clube até pouco tempo antes do Mundial, também participaram da campanha. Ao todo, nove atletas daquele grupo jogaram no Timão durante a carreira.

Fagner faz história

Depois de o Corinthians mandar apenas Ricardinho, em 2006, nas Copas do Mundo disputadas depois do penta, o rumo da história mudou em 2018. A começar pelo banco, onde Tite, que havia deixado o Timão para assumir o cargo, levou o Brasil para a Rússia em campanha histórica nas Eliminatórias.

Lá o lateral-direito Fagner fez história na Copa do Mundo. Cria do Corinthians e atleta do clube na ocasião, o jogador foi o primeiro atleta alvinegro titular do Brasil em uma partida do Mundial desde o goleiro Carlos, em 1986. Ele atuou em quatro partidas naquela edição. Cássio esteve presente no elenco convocado.

Outros números

O Timão teve ao menos dez jogadores chamados em oito das décadas que se sucederam desde a fundação da Seleção, fazendo-se presente em quatro dos cinco títulos mundiais da Seleção. Foram 24 convocações para disputar a Copa do Mundo pelo Brasil.

O atleta corinthiano mais vezes convocado enquanto jogador do clube foi Rivellino, lembrado em 81 oportunidades ao longo de quase uma década. O meia foi chamado para defender o Brasil em quase todos os anos de Corinthians, com exceção de 1966 e 1967.

O último jogador do clube a estrear pela Seleção foi o goleiro Cássio, presente em um amistoso contra o Japão, em 2017. Desde então, todos os chamados, inclusive ele, já haviam atuado ao menos uma vez pela equipe.

Jogadores do Corinthians convocados por década*

  • 1910 - 2 jogadores - Amílcar e Neco
  • 1920 - 10 jogadores - Amílcar, Neco, Tatu, Rodrigues, Grané, Gambarotta, Rueda, De Maria, Del Debbio, Nerino
  • 1930 - 6 jogadores - Guimarães, Rato, Mamede, Jaú, Brandão, Brito e Lopes
  • 1940 - 8 jogadores - Brandão, Dino, Servílio, Begliomini, Domingos da Guia, Aleixo, Claudio e Baltazar
  • 1950 - 10 jogadores - Baltazar, Claudio, Gylmar, Cabeção, Luizinho, Olavo, Roberto Belangero, Julião, Oreco e Almir Pernambuquinho
  • 1960 - 23 jogadores** - Gylmar, Oreco, Ari Clemente, Ney, Marcos, Eduardo Albuquerque, Flavio, Marcial, Galhardo, Jair Marinho, Clovis, Edson Cegonha, Dino Sani, Rivellino, Geraldo José, Gilson Porto, Garrincha, Eduardo, Paulo Borges, Ditão, Tales, Lula e Ado
  • 1970 - 10 jogadores - Rivellino, Zé Maria, Luis Carlos, Wladimir, Givanildo, Neca, Romeu, Sócrates, Amaral e Palhinha
  • 1980 - 11 jogadores - Sócrates, Leão, Wladimir, Edson, Zenon, Casagrande, Carlos, Edmar, Marcelo Djian, Ronaldo e Neto
  • 1990 - 25 jogadores - Neto, Márcio, Giba, Paulo Sérgio, Wilson Mano, Nilson, Ronaldo, Válber, Viola, Rivaldo, Branco, Marques, Marcelinho, Souza, Zé Elias, Célio Silva, Alexandre Lopes, Marcelinho Paulista, Donizete, André Luiz, Vampeta, Dida, Ricardinho, Edilson e Luizão
  • 2000 - 17 jogadores - Luizão, Marcelinho, Ricardinho, Ewerthon, Dida, Kléber, Vampeta, Ricardinho, Fábio Luciano, Gil, Coelho, Anderson, Carlos Alberto, Gustavo Nery, André Santos, Jucilei e Elias
  • 2010 - 10 jogadores - Ralf, Paulinho, Fábio Santos, Alexandre Pato, Elias, Gil, Renato Augusto, Fagner, Rodriguinho e Cássio
  • 2020 - 0 jogadores

*alguns atletas foram convocados em mais de uma década, causando uma soma maior que 114;
**o Corinthians representou a Seleção em um amistoso contra o Arsenal, em 1965, fazendo com que todos que atuaram naquele jogo entrassem na lista;

Veja mais em: História do Corinthians e Corinthianos na Seleção.

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