Análise: Corinthians descobre um ponta canhoto e joga para ganhar; time mostra que pode mais
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians traz de Curitiba uma importante vitória na luta para se afastar da zona de rebaixamento à Série B, a descoberta de um ponta canhoto e um time capaz de controlar o adversário também com a posse da bola. Ainda assim, possui clara margem para melhorar nos próximos jogos.
O ponta canhoto não é nenhuma contratação nem Gabriel Pereira, meia-atacante da base que teve bons minutos em campo. Trata-se de Lucas Piton, lateral colocado mais adiantado, por vezes na linha de Jô, e única opção canhota atualmente para jogar por ali. Com um centroavante e uma ideia de jogar pelos lados, isso deve se repetir.
O primeiro tempo mostrou um Corinthians alternando a sobra dos três zagueiros. Por vezes, Fábio Santos ficava mais preso aos dois zagueiros enquanto Fagner era liberado para atacar. Em outras, Xavier recuava como um líbero, Fábio Santos subia para ser um construtor pelo meio emulando Roni, enquanto Piton e Fagner estavam espetados.
Piton, por sinal, alternou entre ser esse ala na ajuda da segunda linha e disparar como um autêntico ponta esquerda, dando opção de cruzamento pelo pé bom nos dois lados da equipe. Foram essas as diferenças básicas da estratégia, abdicando dos pontas, todos destros, que poderiam atuar por ali.
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O controle corinthiano, obviamente facilitado por um Coritiba que dá muito espaço no meio-campo, passou pela capacidade de Gabriel inverter o lance quando necessário e barrar possíveis contra-ataques do adversário. Com mais posse, o Timão chegou ao gol em um pênalti, para mim, corretamente marcado após ação de bloqueio do lateral Mailton em chute de Piton.
Fagner foi opção, como sempre, e se tornou definitivamente o melhor meia corinthiano. Várias vezes acionado, criou situações que mereciam até mais de um gol para os alvinegros, mas falta ainda contundência a um time atormentado pela possibilidade de rebaixamento.
O segundo tempo mostrou um Corinthians igual, mas a intensidade caiu com o passar dos minutos. Com facilidade para envolver o adversário, o clube do Parque São Jorge poderia ter aproveitado o espaço concedido no ataque. Mancini até colocou Cazares e Gabriel Pereira pensando nisso, mas é aí que entra a margem de melhora da equipe.
Claramente para minimizar as chances de erro na saída de bola, Walter optou por lançamentos longos em todas as saídas, Gil fez cortes para a lateral em vez de sair jogando e até mesmo os laterais evitaram os passes verticais. Isso deu volume ao Coritiba, mas os paranaenses precisam de muito mais para chegar perto de fazer um gol.