Evolução é a definição desse jogo. Sim, eles já vinham evoluindo antes, mas estamos falando de uma evolução num outro campeonato – o da Sul-Americana – onde vimos um time totalmente diferente e com outra pegada do que foi apresentado nos dois últimos jogos, principalmente contra o River-PAR, onde foi evidenciado a tentativa de derrubar o técnico, atitude essa que eu chamei de “cínica”.

https://www.meutimao.com.br/forum-do-corinthians/analise-dos-jogos/869469/analise-tatica-do-jogo-entre-river-plate-par-e-corinthians-que-apatia-foi-essa Análise tática do jogo entre River Plate-PAR e Corinthians: que apatia foi essa? Esse foi um dos piores jogos que o time apresentou. Previsibilidade, tomadas de decisões erradas, passes que não eram pra ser dados, cruzamentos que eram para... meutimao.com.br

Por que eu classifiquei aquele jogo com uma atitude cínica? Basta olharem no artigo acima e esse mapa de interações. Naquele jogo, o Corinthians, com a “panelinha”, jogou no campo de ataque do River, mas não os ameaçaram nem um pouco. Só o Gil interagiu com Bruno Méndez 31 vezes, um número anormal para quem diz “se esforçar ao máximo”. Mas nos dois clássicos e nesse jogo contra o Huancayo, o time foi muito mais agressivo e insinuante em ataque. Com os jovens mostrando seu valor, aconteceu o que eu avisei no jogo contra o Peñarol – de que os titulares perderiam o espaço. Então vamos analisar esse jogo.

O JOGO

Mancini usou exatamente o mesmo time do último jogo e sob o esquema de três zagueiros, que às vezes era alternado para um 4-2-4 para ganho de espaço no meio-campo. Notem que o Corinthians passou muito mais vezes pelo meio-campo e ataque do que o time considerado titular. Foi um time muito mais incisivo em ataque do que como foi contra o River-PAR – um time tão fraco quanto o Huancayo e que enfrentamos com os “titulares” – e contra o Peñarol – um time tão casca grossa quanto o São Paulo e que também enfrentamos com os titulares.

Pelo mapa de calor de cada um desses camaradas citados, é possível entender muito do que aconteceu em campo. João Victor alternava posições com Fagner e Raul Gustavo infiltrava o tempo todo; Ramiro circulava por todo o meio-campo; Piton era incisivo pela esquerda; Cauê era quem mais puxava a marcação e interagia com o meio-campo com Luan depois de Ramiro.

Ramiro foi de fato a alma do time, mais do que Luan, sem exageros. Foi o maior articulador de jogadas do time, fazendo a transição da defesa para o ataque com os zagueiros, Gabriel e Luan. Ele errou apenas 9 passes – os outros 4 foram em posse de bola, finalizou com perigo 2 vezes, interceptou 4 passes e desarmou 2 vezes. Ele trocava de posição constantemente com Fagner e João Victor, e assim o mapa de calor fica explicado.

Observem que, no gráfico de interações entre jogadores, a bola rodou muito mais no time todo ao invés de ficar concentrado em apenas 3 ou 4 jogadores, coisa muito recorrente no time “titular”. E aí vocês percebem que o time realmente flutuou em campo.

Aliás, gostaria muito que o Jow, se possível, fizesse uma análise fazendo uma comparação direta entre esse jogo e o de contra o River-PAR e o Peñarol. Isso é importantíssimo para que o torcedor entenda a diferença de estratégia e, principalmente, de atitude.

Esse gráfico de passes por tempo de jogo mostra a alta precisão que o time teve. Diferente do jogo contra o River-PAR, os números não são apenas estatística, mas teve objetividade e acurácia como há muito tempo não havia.

CONCLUSÃO

Antes, não fazíamos frente nem mesmo com o River-PAR...e agora, depois de enfrentar dois clássicos, enfrentamos um time do mesmo nível e mostramos futebol de alto nível. Talvez estejamos vendo finalmente um padrão, depois de tanta dor de cabeça diante de falta de peças.

Entendo que as substituições do Mancini tiveram o objetivo de manter o esquema tático – embora seja extremamente estranho tirar um zagueiro pelo outro (tentando ser positivo, espero que seja por cansaço!) – mas tinha jogadores melhores para entrarem. Aliás, se tinha que entrar um zagueiro, os mais indicados eram Bruno Méndez ou Danilo Avelar. Felipe Augusto, Adson, Gabriel Pereira, Vitinho...esses seria os jogadores ideais para fazerem mais gols. Mas mesmo o torcedor mais fanático tem que admitir que em nenhum momento o Corinthians perdeu a pegada depois dessas substituições. Aliás, se não fosse pelo goleiro Pinto, era pra ser pelo menos uns 8 ou 9 a 0.

Domingo teremos um jogo complicado contra o Grêmio Novorizontino e na próxima quinta teremos o jogo da volta contra o Peñarol. Nem é preciso dizer que a panelinha está incomodada com esse resultado de hoje – pois foi contra um time do mesmo nível que o River-PAR – e quero crer que ficará mais incomodada ainda quinta que vem. Até lá, prefiro ter pena do Mancini que tem que lidar com essa gestão de conflito enorme gerada pela egolatria de alguns jogadores junto com a influência interna, do que criticá-lo por decisões erradas contra o Huancayo. Aliás, nesse sentido, é bom lembrar o que Carille e Tiago Nunes passaram – devido a mesmas situações.

VAI, CORINTHIANS!