4 de julho: um dia duplamente eterno
Opinião de Julia Raya
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Este domingo, dia 4 de julho, já era bastante especial para a torcida do Corinthians, que comemora os nove anos da conquista invicta da Libertadores. Em 2021, a data ganhou um novo significado para o clube.
O Corinthians agora comemora mais uma conquista invicta no mesmo 4 de julho. Agora, foi a vez da base feminina do Timão mostrar sua força ainda no início de seus trabalhos e garantir o título do Brasileirão Feminino Sub-16.
Apesar de já ter um time profissional feminino consolidado, o Corinthians ainda "engatinha" nas categorias de base. O Timão montou seu primeiro time em 2019, mas teve o trabalho interrompido pela pandemia e, quando conseguiu entrar em campo pelo Brasileiro Sub-18 2020, não teve uma boa exibição.
Depois dessa competição, a equipe não disputou mais partidas oficiais e teve meses para se preparar e corresponder ao que se esperava de uma das maiores potências do futebol feminino no Brasil e que tem Daniela Alves como técnica. E assim foi.
O Corinthians chegou para a disputa do Brasileiro Feminino Sub-16 rodeado de críticas (que, até então, eram válidas em sua maioria) e logo de cara teve mais um baque: caiu no "grupo da morte". A equipe alvinegra disputou a fase de grupos com Avaí/Kinermann, Ferroviária e São Paulo, todas conhecidas por bons trabalhos na base. Mas o Timão respondeu bem demais e garantiu a classificação depois de duas vitórias e um empate.
Na semifinal, mais uma grande dificuldade esperava o Corinthians: o adversário era o Minas Brasília, até então atual vice-campeão do torneio e um dos exemplo em investimento no futebol feminino. Novamente se impondo em campo, como fez em toda a primeira fase, a equipe alvinegra fez uma partida defensivamente muito sólida e levou a decisão para os pênaltis. Nas cobranças, 100% de aproveitamento e vaga na final!
A grande decisão prometia ainda mais dificuldade (e emoção!) para o time. O adversário da vez era o Internacional, campeão da última edição da competição e dono de uma das melhores campanhas na fase de grupos. O Corinthians não se intimidou, voltou a fazer uma boa partida ofensiva e não abriu mão da solidez na defesa. Depois de mais um empate, nova decisão nos pênaltis e um Corinthians ainda mais seguro.
Novamente, todas as cobranças foram convertidas e, dessa vez, um destaque individual também chamou a atenção. A goleira Nanda defendeu a segunda cobrança colorada e garantiu a vantagem que culminaria em título corinthiano.
A equipe de Daniela Alves fez uma campanha digna de elogios. Foram duas vitórias e três empates, com sete gols marcados e apenas dois sofridos, desempenho que culminou no título invicto.
O futebol feminino de base no Brasil ainda busca seu espaço. Assim como o profissional, que cresceu muito nos últimos anos e é cada vez mais reconhecido. E o Corinthians também busca seu espaço no futebol feminino de base, assim como buscou (e conquistou) no profissional. Esse título significa muito para a história do clube.
Agora, o dia 4 de julho merece dupla comemoração por conquistas invictas.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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