Três anos, cinco títulos e uma linda história: o 'novo' time feminino do Corinthians
Opinião de Julia Raya
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Hoje, o time feminino do Corinthians está nos braços da torcida alvinegra - e até de alguns torcedores rivais. Mas nem sempre foi assim. Há exatos três anos, a modalidade dava um importante passo rumo a uma nova história (e recheada de títulos).
No dia 25 de abril de 2018, o Corinthians Feminino mandava seu primeiro jogo na até então Arena Corinthians. Naquele dia, o Timão superou o São Francisco, da Bahia, por 4 a 1 no que foi a estreia do Brasileiro Feminino. Três anos se passaram desde então e muita coisa mudou - por mais que, depois desse, a equipe tenha jogado apenas outras cinco vezes em Itaquera, quatro delas em 2020.
Naquela ocasião, 3.895 torcedores marcaram presença em Itaquera para apoiar o Timão. Apesar do número baixo, a Fiel cantou e apoiou as atletas do início ao fim, como mostra esse vídeo feito pelo Meu Timão. Aos poucos, o apoio foi aumentando e no ano seguinte já fez história: novamente em Itaquera, a final do Paulista Feminino de 2019, entre Corinthians e São Paulo, bateu o recorde de público da modalidade no país, com 28.862 torcedores presentes.
Aquele 25 de abril com certeza mudou a história do Corinthians no futebol feminino - e também a história da modalidade, já que o clube rapidamente se firmou como um dos mais expressivos times de futebol feminino do mundo. Diante da equipe baiana, o Timão entrou em campo com uma forte campanha contra o machismo e que, de quebra, buscava apoio de patrocinadores para a equipe. O movimento #CaleOPreconceito consistia em estampar na camisa das atletas frases machistas reproduzidas na mídia, com a intenção de motivar empresas a patrocinarem a equipe e anunciarem suas marcas em cima das ofensas, calando o preconceito existente com o futebol feminino.
Hoje, o cenário é outro (apesar de ainda ter muita luta) e grandes marcas estampam a camisa do Timão: Banco BMG, Tellvoip, Galera.bet, Vitaminas Neo Química e Universidade Drummond estão atualmente na camisa/calção da equipe. Outras marcas também já fizeram parte, mas seus contratos chegaram ao fim. Além disso, a modalidade como um todo no Brasil ganhou apoio de marcas como a Uber e, atualmente, Riachuelo e Guaraná Antarctica - a última, inclusive, fechou contrato para as temporadas 2021 e 2022 depois de o torneio ficar dois anos sem patrocinador.
Naquele 25 de abril, Grazi, a Eterna Capitã, foi a primeira corinthiana a marcar um gol na (agora) Neo Química Arena. Ela falou com carinho sobre a marca especial e a presença da torcida no jogo. Quem também conversou com Meu Timão foi a lateral Katiuscia, que tinha chegado há pouco na equipe. Apesar de viverem, naquele momento, cenários diferentes na equipe, as duas tiveram pontos em comum em suas frases: agradeceram à torcida pela presença e projetaram um futuro brilhante para a modalidade. Que felizmente se concretizou.
O ano de 2018 foi, também, o primeiro ano independente do Corinthians na modalidade. Retomado em 2016, o futebol feminino do Timão se mantinha em uma parceria com o Audax - nos dois anos, foram conquistadas a Copa do Brasil 2016 e a Libertadores 2017. Com seu projeto independente, o Corinthians cresceu ainda mais e faturou o Brasileiro 2018 e 2020, a Libertadores 2019 e o Paulista 2019 e 2020.
Há três anos, um "novo" Corinthians Feminino começava. Um com ainda mais apoio financeiro e da torcida. Um que viria a conquistar outros cinco títulos (e que quer mais!). Uma nova história começava a ser escrita. E que bom. Que bom que algumas "esquisitices" retratadas naquele 25 de abril, hoje não existem mais.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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