Entre Mancini e Sylvinho (rivais no domingo), mais 77 jogos de atraso no Corinthians
Opinião de Jorge Freitas
2.8 mil visualizações 41 comentários Comunicar erro
Às 18h15 do próximo domingo, Corinthians e América-MG se enfrentam pela segunda rodada do returno do Brasileirão. Além da necessidade do Timão de voltar a vencer, o jogo marcará o encontro entre o atual técnico do clube e seu antecessor, na pior amostra de como foi marginalizada a importância de ter um bom treinador no comando da equipe.
Com Mancini, saímos da briga pelo rebaixamento, mas acabamos num medíocre 12º lugar no último campeonato brasileiro, além de termos sido eliminados precocemente na Sul-Americana e caído para o principal rival no Campeonato Paulista. Como se não bastasse, o treinador ficou marcado também pelo excesso de goleadas sofridas e pela dificuldade em vencer os principais rivais.
Sua saída se deu mais tarde do que deveria, mas a diretoria, que poderia se mostrar mais arrojada que a anterior (embora sejam faces da mesma moeda), preferiu investir em um treinador sem gabarito para assumir o projeto de reconstrução da nossa equipe. Entendo que a contratação de Sylvinho foi uma aposta plausível diante da recusa de Renato Gaúcho e Diego Aguirre, mas demonstrou claramente a visão limitada e caseira de quem comanda o clube há tanto tempo.
Em alguns meses, Sylvinho também foi eliminado de uma competição importante (Copa do Brasil) e não conseguiu resolver o problema inesperado da equipe em não conseguir vencer a maioria dos adversários na Neo Química Arena. Agora, com tantos reforços chegando, precisa-se estabelecer como uma meta de clara melhora de desempenho a última rodada do Brasileirão, colocando em jogo sua própria permanência caso a equipe continue com a crônica dificuldade de finalizar e a tendência natural de recuar na maioria dos jogos.
De Mancini a Sylvinho já se foram 77 jogos (45 e 22, respectivamente). Embora o aproveitamento de Mancini seja melhor que o de Sylvinho, é importante lembrar que o antigo treinador teve jogos disputados pelo Paulistão, reconhecidamente mais fácil de jogar que o campeonato nacional, mas que também não servem como justificativa para esconder as falhas do atual comandante da equipe.
Antes deles, ainda tivemos um mês com o fraquíssimo Dyego Coelho. Também tivemos Jair Ventura e Tiago Nunes. Nenhum apresentou qualquer motivo ou qualidade suficiente para estar no comando do maior clube da América do Sul, mesmo em seus tempos difíceis. Sem um treinador com gabarito, o clube patina e não é possível dizer que, tática e tecnicamente, estamos melhor agora do que antes. Tampouco é possível cravar que nosso futebol evoluiu enquanto equipe nos últimos quatro anos.
Agora, com grandes jogadores contratados, a dúvida fica exatamente no comando da equipe. Será que Sylvinho tem capacidade de fazer um time realmente competitivo se não conhecemos qualquer outro trabalho executado por ele?
De qualquer forma, foi-se um tempo perdido que, nas mãos de um treinador qualificado, renderia frutos infinitamente melhores, mesmo com jogadores limitados. Mas parece que, por aqui, as opções que se encaixam no gosto dos presidentes não costumam ser as melhores para o futebol do clube.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
Avalie esta coluna
Veja mais posts do Jorge Freitas
- Corinthians vive recorte ruim na Neo Química Arena; veja números recentes
- Virtualmente eliminado, Corinthians terá pré-temporada de verdade em março
- Incomum até para gestões passadas, contrato de Mano Menezes é mais um absurdo assinado por Duílio
- Com R&T desde 2018, Corinthians somou menos pontos que rivais paulistas e Flamengo no Brasileirão
- Tite no Corinthians: a estratégia de quem não sabe o que fazer
- A triste derradeira função de um dos treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro