Pênalti para o Corinthians: dois pesos, uma medida
Opinião de Ana Paula Araújo
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Nós que compomos a equipe do Meu Timão, enquanto profissionais, temos que tomar cuidado para que não deixemos nosso lado passional afetar o trabalho. De modo que analisar sem o famoso clubismo - embora sempre que justo, defendendo o Corinthians - é fundamental para idoneidade de quem leva a informação até vocês. Entretanto, há situações em que não tem como não nos posicionar, principalmente quando se escreve numa coluna, que é essencialmente opinativa.
Antes de começar, quero deixar claro que não estou colocando em xeque o caráter e profissionalismo de nenhum dos especialistas que trabalham nas transmissões dos jogos do Timão e muito menos dos árbitros de futebol. Ressalto ainda que sei o quanto é difícil emitir opinião e tomar decisões em meio a uma atividade tão inflamada como o futebol.
Dito isso, vamos aos fatos.
Corinthians x América-MG
Juiz: Wagner do Nascimento Magalhães
Jogador do América-MG lança a bola na área, Piton de costas faz o movimento de virar e o braço abre, naturalmente, mas a bola bate na mão do jogador, e é assinalado o pênalti.
A interpretação do comentarista Sálvio Spínola foi essa:
– A bola bate no braço do Piton porque ele faz movimento de correr e o movimento adicional, abrindo o braço. A regra da mão na bola é uma regra chata, mas tem de ser marcada. Ele não teve a precaução. A bola estava em disputa, ele faz o movimento do braço indo ao encontro da bola.
Coritiba x Corinthians
Juiz: Leandro Pedro Vuaden
Lucas Piton vira e chuta a bola que bate na mão do jogador do Coritiba, o árbitro consulta o VAR e assinala o pênalti.
O mesmo comentarista, Sálvio Spínola analisou o lance:
– A distância é muito curta. Para mim, vejo um movimento natural, não vejo movimento de bloqueio. E tem a disputa, o braço está baixo, não está acima do ombro. Há a orientação de que, se é bloqueio, tem que marcar. Mas, para mim tem disputa e o movimento de corrida. Eu não marcaria.
A regra atual diz que se o jogador amplia seu movimento não natural, é infração. A partir disso, quero pontuar algumas coisas.
Primeiro a falta de critério por parte de quem analisa e comenta a arbitragem no Brasil. Qual a diferença dos lances? Para mim, ambos partem da mesma premissa: o movimento natural do corpo. Então por que um é pênalti (contra o Corinthians) e outro não (a favor do Corinthians)?
Segundo e muito pior, a falta de consonância por parte da arbitragem. Se todos recebem a mesma orientação, estão apitando sob as mesmas regras, por que tantas diferenças? Se há dúvidas, o VAR está aí para saná-las. Não posso crer que vendo num vídeo, com imagem congelada, poder de "rebobinar a fita", não consigam chegar a denominador comum.
Falta o que para os árbitros? Treino? A sonhada profissionalização?
No jogo entre Cuiabá e Grêmio, pela Copa do Brasil, teve um lance parecido com esses dois que já citei e que não foi marcado penalidade.
São situações grotescas e sem lógica. Fica difícil assistir aos jogos sem se irritar, de verdade.
E pior ainda é que se o equívoco acontece contra o Timão ele parece ser abafado, mas se é a favor, toma uma proporção gigantesca. Criam até frases virais em nome de tentar avacalhar o clube.
E não é justo que o Corinthians pague por profissionais mal preparados. No fim das contas, o time leva a fama pela incompetência alheia, e quem errou de verdade fica tranquilo e livre para seguir prestando desserviços pelos gramados afora.
E, para finalizar, quero deixar minha interpretação sobre os lances nos jogos contra o América e Coritiba: não foi pênalti em nenhum.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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